O que é HPV?
É um vírus denominado Papilomavírus humano, na realidade trata-se de uma grande família com vários tipos de vírus. Como em algumas de nossas famílias, conta com muitos primos.
O HPV tem preferencia por tecidos superficiais do organismo humano e de animais, isto é, ataca a pele e as mucosas de revestimento de órgãos.
São conhecidos aproximadamente 200 tipos de HPV, mas apenas uns 40 tipos atacam o ser humano.
Eles são responsáveis pelas verrugas que aparecem nas mãos ou em outras partes do nosso corpo. Alguns tem preferência pelos genitais de homens e mulheres.
MAIS DE 200 TIPOS DE HPV
- 30–40 ANOGENITAIS
- HPV-16 e 18 responsáveis pela maioria dos cânceres do colo do útero
- TIPOS NÃO ONCOGÊNICOS
- HPV-6 e11 – associados a verrugas genitais externas
O que o HPV causa nos órgãos genitais?
Nos órgãos genitais podem ocasionar verrugas, denominadas cientificamente de condilomas, mas em linguagem popular conhecidas como crista de galo.
Podem também ocasionar importantes alterações nas células dos órgãos genitais.
Essas alterações podem ser de baixo ou alto grau, estas últimas em um número pequeno de pacientes e a depender de outros fatores como imunidade podem evoluir para câncer do colo do útero e muito mais raramente para câncer da vulva ou da vagina.
Esse tipo de infecção é rara?
Infelizmente essa infecção é freqüente, calcula-se que aproximadamente 40% da população jovem tenha entrado em contato com o vírus. A infecção pelo HPV é transitória, pois a mulher tendo boa resposta imune consegue em alguns meses eliminá-la.
Existem 3 formas de infecção:
- Forma clínica: quando não necessita de exame para ser diagnosticada, pois pode ser identificada a olho nu, são as verrugas genitais.
- Forma subclínica: só é diagnosticada pela citologia (Papanicolaou) pela colposcopia e ou pela anatomia patológica (biópsia), são as lesões cientificamente classificadas como displasias, neoplasias intra-epiteliais, ou lesões intra-epiteliais de baixo ou alto grau.
- Forma latente: quando não é visível a olho nu e também não é diagnosticada por métodos comuns de exame (Papanicolaou, colposcopia e biópsia), sendo identificada apenas por técnicas que pesquisem DNA do vírus.
Deve-se ressaltar que na forma latente não existe lesão, portanto não é forma contaminante, nem exige tratamento, entretanto pode evoluir futuramente para a forma clínica ou a subclínica.
Será que eu tenho HPV?
- Colpocitologia oncótica, exame conhecido como Papanicolaou (nome de pessoa e não de um Papa). Esse teste estuda as células do colo uterino da vagina e da vulva, é muito útil para identificar pessoas com HPV por ser muito fiel quando bem executado.
- Colposcopia, com o colposcópio, que é um aparelho dotado de potentes lentes de aumento e fonte iluminação, examina-se o colo uterino, a vagina, a vulva, localizando-se com muita exatidão o local da lesão.
- Anatomo-patológico ou histo-patológico, exame conhecido como biópsia, na realidade biópsia é o ato médico que retira um pequeno fragmento para estudo anatomo-patológico. Pois bem retirado o fragmento do local exato que a colposcopia apontou como mais grave, ele será estuda ao microscópio e comprovará, ou não a presença da lesão induzida pelo HPV.
- Existem dois Testes bio-moleculares, que são atualmente mais utilizados, a Captura Híbrida e o PCR. Com esses exames identifica-se nas células colhidas do colo uterino, da vagina, da vulva, a presença de DNA do vírus, com isso confirma-se com precisão absoluta a presença do vírus naquela paciente. Ressaltar que a presença do vírus não afirma que ela está com a lesão, pois a infecção pode estar na forma latente, como acima afirmado
Como se pega HPV?
A infecção pelo HPV é contraída em relações sexuais com parceiro contaminado, pode-se também adquiri-la usando toalhas ou roupas íntimas contaminadas, mas essa forma não é a mais comum.
Como se trata?
Não existem drogas especificas para tratar o HPV, as vacinas ainda estão em fase experimental, mas o seu médico poderá tratar com muita eficiência as lesões que o HPV ocasiona, e isto é o que importa. Com a cura dessas lesões o HPV acaba também desaparecendo em grande número de pacientes.
Em algumas pacientes pode-se apenas observá-las, e a própria imunidade irá resolver o problema, mas na maioria de nossas pacientes utiliza-se a eletro-cauterização, cauterização a laser, cirurgias simples que nos casos mais graves necessitam retirar pequena parte do colo uterino (a porção atingida). Essa cirurgia não prejudica futuras gestações.
Meu namorado não quer usar camisinha, corro risco de contrair HPV?
O relacionamento sexual deve ser efetuado com camisinha sempre que não exista certeza absoluta de antecedentes de Doença Sexualmente Transmitida (DST) no parceiro (ou parceira). Lembrar que além do HPV existe a possibilidade de infecção por HIV, sífilis, gonorréia e outras DST menos comuns.
Sou gestante e tenho HPV, meu filho vai ter também?
Seu médico deverá diagnosticar HPV, e irá medicá-la e escolher o tipo de parto mais adequado, lembrar que, a cesárea, não é necessariamente, a primeira opção.
Posso tomar pílula anticoncepcional?
Seu médico irá indicar o melhor método anticoncepcional. Os anticoncepcionais hormonais (orais ou injetáveis) podem ser usados em pacientes com HPV, mas em alguns casos e em determinadas fases do tratamento a opção pode ser de outro método.
Estou assustada, meu médico disse que tenho HPV, e sou ligada em baseado, isso aumenta o risco?
O risco de progressão da infecção da lesão induzida pelo HPV para formas mais graves como o câncer pode ser aumentado em:
- Usuárias de drogas, bebidas alcoólicas e nas tabagistas.
- Portadoras de outras DST, em especial HIV
- Pacientes transplantadas (mais freqüente o transplante de rim)
- Doenças que diminuem a imunidade como o lupus
O meu namorado deve ser examinado, qual o nome do exame para o homem?
Se você tem HPV, ele poderá também ser portador de lesões induzidas pelo HPV e assim em benefício dele próprio, deverá ser tratado.
Os exames são os mesmos referidos para a mulher, mas a colposcopia no homem é denominada peniscopia