O câncer de mama atingiu em 2016 cerca de 57960 mulheres e foram registrados 14388 óbitos causados pela doença.

A melhor maneira de reduzir a mortalidade é com o diagnóstico precoce e tratamento eficiente.

O objetivo atual é o diagnóstico de pequenos tumores, fase em que o tumor ainda não enviou metástases para o organismo, como por exemplo, para pulmões, fígado, ossos e outros órgãos.

A mamografia é o único método que consegue detectar tumores ainda na fase pré-clínica.

A Ultra-sonografia e a Ressonância Magnética muito também auxiliam o diagnóstico, mas são métodos que isoladamente não conseguem diagnosticar tumores muito pequenos.

Atualmente dispomos de três tipos de mamografia:

a convencional a digital ou 2D e a tomossíntese ou mamografia 3 D, esta última recomendada em casos especiais, com finalidade de dirimir dúvidas, não esclarecidas com os métodos antes citados (mamografia digital, ultra-sonografia e ressonância magnética. A tomografia aumenta em 40% a eficiência do diagnóstico

Muito importante é saber se a mulher pertence ao grupo de grande risco (familiares de 1º grau com câncer de mama, sem filhos, ou com o 1º filho após 40anos de idade, obesas, sedentárias e fumantes).

As mulheres com risco mínimo devem ser submetidas à mamografia anual, após os 40anos. Eventualmente solicito para essas mulheres complementação com ultra-sonografia, em especial naquelas em que a mamografia revela mamas densas.

O rastreamento de mulheres com alto risco para câncer de mama, isto é, mulheres com

  • História familiar e genética (portadoras de mutações nos genes BRCA 1 / 2 )
  • História pessoal de câncer de mama ou ovário
  • Idade acima de 50 anos
  • Menarca precoce (antes dos 12 anos de idade)
  • Menopausa tardia (após 55 anos de idade)
  • Nuliparidade ou 1º parto após 40 anos
  • Alcoolismo (o consumo diário de 25g de bebida destilada aumenta o risco em 40%)
  • Obesidade (aumenta o risco em 100% em relação às não obesas)
  • Sedentarismo
  • Reposição hormonal (?)

Nessas pacientes consideradas de alto risco, o rastreamento deve começar aos 30 anos de idade com a:

  1. Mamografia digital anual ou Tomossíntese
  2. Ressonância magnética anual
  3. A Ultra-sonografia deve ser utilizada se a ressonância magnética não puder ser realizada

 

CLASSIFICAÇÃO (APR – BIRRADS ) DOS ACHADOS MAMOGRÁFICOS

 

  • BIRRADS ZERO: NECESSITA COMPLEMENTAÇÃO COM RESSONÂNCIA MAGNÉTICA, ULTRA-SONOGRAFIA OU MAMOGRAFIA COM MAGNIFICAÇÃO
  • BIRRADS 1 OU 2: ACHADOS BENIGNOS RISCO de 0%
  • BIRRADS 3: ACHADOS COM BAIXA PROBABILIDADE (2%) DE MALIGNIDADE
  • BIRRADS 4: ACHADOS SUSPEITOS (2 A 95%) DE MALIGNIDADE RECOMENDAVEL CITOLOGIA OU BIÓPSIA
  • BIRRADS 5: ELEVADA POSSIBILIDADE DE MALIGNIDADE
  • BIRRAS 6 COM BIÓPSIA COMPROVANDO MALIGNIDADE

 

Frente ao diagnóstico preciso com imagens e histopatológico (biópsia) o mastologista efetua o planejamento terapêutico, que atualmente é bastante eficiente, em especial nas pacientes com pequenos tumores Nelas a cirurgia restringe-se a retirada do tumor com margens cirúrgicas livres. Com o resultado pode-se indicar ou não a quimioterapia e ou radioterapia, em especial nos casos de tumores agressivos.

Mas, vale lembrar, em medicina não existe doenças e sim doentes, cada caso é um caso, que deve merecer atenção individual.